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A PAIXÃO PELA POTÊNCIA E LIBERDADE

Atualizado: 5 de fev. de 2021

Em 1903, os jovens William S. Harley e Arthur Davidson resolveram imprimir personalidade a uma bicicleta, instalando nela um motor. Talvez eles não imaginassem que a invenção se tornaria uma marca tão emblemática. Estar a bordo de uma Harley-Davidson é vivenciar uma estratégia de marca que vai além de vender motocicletas. “É uma lenda. A marca foi uma das pioneiras na fabricação de motocicletas no mundo e ganhou tradição. Encontrei nela muita identificação no design, com suas linhas clássicas e atenção aos detalhes. Para mim ela representa força, beleza e liberdade. Não são as motos mais tecnológicas do mundo, nem tem uma pilotagem fácil por serem bem robustas, mas representam um estilo de vida que muitas pessoas desejam ter”, afirma Tatiana Martins, analista da Embrapa em Brasília. Caxiense, a harleyra mora na capital do país há 13 anos e se apaixonou por motos quando era menina.


Ela conta que, aos 10 anos de idade, um episódio em específico a fez querer se tornar uma motociclista. “Andando com meu avô Estanislau Martins pela Av. Júlio de Castilhos numa tarde qualquer, encontramos com o Juraci Corso, médico com quem ele trabalhara por muitos anos, pois era enfermeiro. O dr. pilotava uma moto CB400, que era sensação na época, e fiquei admirando e pensando: isso é muito legal, um dia quero ter uma dessas”, relembra, com carinho. Dez anos depois, já na faculdade, outro fato reforçou seu encanto por motos e, desta vez, por marca e modelo específicos. Assistir “Exterminador do Futuro 2” e ver Arnold Schwarzenegger fazendo manobras radicais numa moto custom lhe deu a certeza de qual versão da HD era seu sonho de consumo.


Quando Tatiana viajou aos Estados Unidos para fazer um tour de moto com um grupo da Apex Travel - empresa que organiza viagens de motocicleta no exterior, seus olhos brilharam diante de uma versão especial da Fat Boy 2013, modelo softail de 1600 cilindradas, com uma pintura mesclando preto, cobre e dourado e o símbolo no tanque. Sua moto é a número 1218 de 1750 espalhadas pelo mundo. “Batizei-a de Lady Brown e ela se tornou minha grande companheira de passeios e viagens. Costumo brincar dizendo que casei com ela. Não pretendo vender, fará sempre parte das minhas melhores memórias”, relata.


Pilotar uma Harley-Davidson é difícil por conta do peso. No caso de Tatiana, ela tem 53kg e conduz uma moto de 350kg. Um grande desafio! “Mas é uma delícia! O banco é baixo, portanto uma pessoa de porte médio como eu consegue colocar bem os pés no chão, o que é importante para controlar a máquina e manter o equilíbrio”, diz. Além disso, a HD é potente, transmitindo uma sensação de poder e segurança. Seu diferencial está no torque e na resistência para percorrer longas estradas. Conforme a motociclista, o bom de uma Harley é sentar, acelerar de leve e curtir a paisagem.


A maior quilometragem que ela fez até hoje foi 4950km, numa viagem com um grupo de amigos de Brasília a Caxias do Sul, passando por alguns pontos desafiadores como Serra da Serpente (SP) e Serra do Rio do Rastro (SC). A harleyra recorda que nunca tomou tanta chuva, aprendendo na marra a andar em pista molhada, o que fez com que ganhasse muita experiência. Nos Estados Unidos, Tatiana percorreu 2400km passando pela famosa Rota 66. “Foi inesquecível. Lembro de um dia, percorrendo um trecho perto do Grand Canyon, de passar por pontos da estrada bem altos, em que errar uma curva poderia ser fatal. Pensei comigo mesma: sem problemas, se eu morresse agora, iria realizada. Sensações que só uma viagem de moto pode te dar”. Também nos Estados Unidos, ela foi a Milwaukee - cidade onde nasceu a fábrica da Harley-Davidson - para participar do evento mundial dos 110 anos da grife, com direito a shows de bandas famosas e a maior concentração de motos que já viu na vida. “Quando saio com a minha Harley sinto o que é felicidade plena. Uma sensação de alegria me invade quando o vento bate no meu rosto, quando giro o acelerador e ela ronca, quando esvazio a mente e só vejo a estrada. A sensação é de que eu, moto, asfalto, paisagem, céu, somos todos uma coisa só. O mundo parece estar aos meus pés (ou minhas rodas). Há liberdade no mais puro sentido e admiração em cada lugar em que se passa. E você sempre volta com histórias para contar e aprendizados que te fazem desejar percorrer mais e mais caminhos. Com a Lady Brown, me sinto completa”.


O sonho de dirigir carros de luxo


Se a Harley-Davidson não foi projetada para desenvolver altas velocidades, não se pode dizer o mesmo dos veículos de luxo, aqueles que muitos almejam ter, mas é uma minoria que consegue por se tratarem de máquinas muito valiosas. O sonho de dirigir, sentir a potência e a tentação de acelerar, por exemplo, uma imponente Ferrari 355 – que chega 100km/hora em cerca de 4,5 segundos - é constantemente realizado por milhares de pessoas que visitam o Salão Super Carros, em Gramado. O espaço foi criado há 10 anos para proporcionar aos amantes da velocidade a experiência de dirigir ou pegar carona em marcas icônicas. “Já atendi clientes que saíram chorando de uma Ferrari, de tanta emoção que sentiram pilotando. Chego a me arrepiar só de lembrar porque estamos proporcionado satisfação e felicidade a muita gente”, afirma o subgerente Ricardo Ribeiro, que cresceu em meio às oficinas mecânicas do avô e do pai.


O Salão Super Carros tem 25 modelos esportivos à disposição para alugar. Os percursos dos passeios variam dos 2km (quando o cliente está na direção) aos 5km (quando está na carona). A partida é do salão, situado na Av. das Hortênsias, seguindo até a entrada de Canela. O trajeto tem duração aproximada de 25 minutos e é feito na companhia de um instrutor que explica o procedimento de cada carro. No início, é normal que as pessoas fiquem um pouco tensas, não apenas pelo valor do veículo, e sim, pelo fato de não saberem muito bem como ele vai reagir. Ao mesmo tempo, estamos falando de máquinas que passam muita segurança. “Quando você dirige um carro desses percebe que ele tem uma estabilidade e uma frenagem maiores. Conforme o percurso vai passando, a gente fica mais confortável. O instrutor também transmite confiança para que as pessoas possam curtir o passeio”, acrescenta Ricardo.


Além da Ferrari - a marca mais desejada pelos clientes, estar ao volante de um Porsche ou de uma Lamborghini é estar dentro de lendas do automobilismo. Na alta temporada em Gramado, que envolve o período do Natal e da Páscoa, o salão chega a receber 2500 pessoas por dia, que vem de todo o Brasil e países vizinhos como Uruguai e Argentina. Ricardo define o seu trabalho como uma paixão compartilhada. “Quando a gente vê uma criança, um pai ou quem quer seja saindo do carro com um sorriso estampado no rosto, rindo de tanta alegria, a gente acaba se emocionando. Aqui as pessoas voltam a ser crianças”, observa.


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