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ROSA É A COR MAIS FORTE #4

Em um mês como esse, é mais do que importante lembrar de conscientizar a todos. O câncer é uma doença que está presente no mundo inteiro, e causa muitas fatalidades. Para finalizar também nossa série sobre o câncer de mama, convidamos a mastologista Sabrina Lima, que atua na área há sete anos.

Foto/Reprodução Freepik jannoon028

Confira nossa entrevista com a profissional!


E: O câncer de mama é o segundo mais recorrente no mundo. Existe algum motivo específico?

S: A ciência ainda não sabe o motivo exato de termos tantos casos de câncer de mama no mundo. Aparentemente, o estilo de vida atual está relacionado ao aumento dessa estatística: obesidade, sedentarismo, idade tardia do primeiro filho, exposição a agentes cancerígenos e hormônios exógenos. Todos esses fatores levam a um aumento do risco de câncer de mama.


E: Qualquer pessoa pode desenvolver câncer de mama ou existe uma predisposição genética, ou outros fatores podem influenciar?

S: A maioria dos casos de câncer de mama não estão relacionados a predisposição

genética. Apenas em torno de 10% dos casos são causados por uma mutação genética, que aumenta o risco de câncer. A maioria dos casos chamamos de esporádicos, como se fossem ao acaso.


Entre os principais fatores de risco para os casos esporádicos temos o fato de ser mulher, a obesidade, o sedentarismo, consumo regular de bebida alcoólica, uso de reposição hormonal, além de fatores não modificáveis, como a idade da primeira e última menstruação, amamentação, antecedente pessoal de câncer de mama ou lesões marcadoras de risco.



E: Quais são os principais tratamentos para o câncer de mama?

S: De uma forma simplificada, o tratamento do câncer de mama inclui a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia e o uso de bloqueadores hormonais. Nem todas as pacientes precisam fazer todos esses tratamentos, variando muito conforme a avaliação de cada caso. Atualmente, não existe mais uma conduta padrão que serve para todo mundo. Estamos na era da medicina personalizada: para cada pessoa, uma indicação.


E: Em sua experiência, o que é mais difícil para os pacientes, lidar com o diagnóstico, o tratamento ou questões psicológicas?

S: Nada é fácil quando se trata de câncer de mama. O diagnóstico vem cheio de estigmas, como a perda da mama, o medo de sofrer, o risco de morrer da doença, a preocupação com os familiares. Os sentimentos vêm como uma avalanche e até conseguir colocar tudo isso no lugar, é preciso um certo tempo e muito apoio. Baseada na sua experiência de vida, nos seus mecanismos de enfrentamento e na rede de apoio disponível, cada paciente lida de uma forma muito particular com tudo isso. Cabe a nós, profissionais da saúde, estarmos sempre disponíveis para orientar e tirar todas as dúvidas. Eu costumo sempre falar nas consultas da importância de entender que a medicina avançou muito, que a maioria das pacientes hoje não precisa tirar a mama toda, que aquelas que por ventura necessitarem da mastectomia podem ser submetidas a reconstrução da mama e, que apenas uma minoria das pacientes, atualmente, morre do câncer de mama.


O processo de aceitação do diagnóstico e do tratamento acontece conforme o tempo de cada uma, mas quando chegamos lá, encontramos pessoas muito mais fortes e otimistas. Muitas mulheres dizem inclusive que são mais felizes após o câncer de mama, já que passam a dar muito mais valor às pequenas alegrias do dia a dia. Essa transformação é linda de se acompanhar!


E: Qual conselho você daria para a mulheres que estão passando pelo tratamento?

S: Lembre-se sempre de que você não está sozinha! É uma batalha árdua, mas que temos grande chance de vencer!! O pensamento positivo é muito importante! E não tenha vergonha nunca de tirar todas as suas dúvidas nas consultas. Nenhuma pergunta é boba!


E: E qual conselho você daria para as mulheres além de realizar os exames regularmente?

S: Procurem ter uma vida saudável: alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, evitando excessos. E seja feliz! A vida vai passar para todos e devemos fazer valer a pena o caminho que trilhamos!


E: Você possui algum momento marcante em sua carreira? Se sim, qual?

S: Fico muito feliz em dizer que tenho muitos momentos marcantes! Especialmente aqueles em que, tantas pacientes, me olham com os olhos cheios de lágrimas de alegria e um sorriso de orelha a orelha para dizer que nós vencemos essa batalha! Esse abraço de vitória é maravilhoso e inesquecível!


E: Como você se sente quando os pacientes vencem o câncer de mama?

S: É um sentimento maravilhoso que faz valer cada esforço realizado para chegarmos até ali! Comemoro como se fizesse parte da família!


E: O que é mais difícil como mastologista?

S: Para mim, o mais difícil da mastologia também é o mais difícil da medicina: quando todo o nosso esforço, estudo, conhecimento e opções de tratamento não conseguem evitar um desfecho ruim. É claro que tem coisas que estão fora do nosso alcance, mas a sensação de impotência desses momentos é devastadora. Ainda bem que eles são minoria!

Dra. Sabrina Lima. Foto Reprodução/Facebook https://www.facebook.com/drasabrinalimamastologista

Cuide-se e faça seus exames regularmente!

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